2012
performance
aberta à participação pública
60'
Empty Cube,
Colégio das Artes, Universidade de Coimbra
Curadoria de João Silvério
O projecto que Susana Mendes Silva apresentou no EMPTY CUBE, no dia 7 de Dezembro de 2012, foi especialmente concebido para este evento e teve uma apresentação única e irrepetível. Este projecto realizou-se nas instalações do Colégio das Artes da Universidade de Coimbra, Portugal. Coimbra tem uma das universidades mais antigas da Europa, um lugar reconhecido pela qualidade da sua academia, mas também pela sua presença constante na luta pela democracia no decorrer do séc. XX, mais acentuadamente durante a ditadura salazarista.
O trabalho de Susana Mendes Silva integra uma componente de investigação, e de prática arquivística, que se traduz em obras cujas referências históricas e políticas se materializam em exposições, acções e performances através dos mais diversos meios de produção. O seu universo contempla e recontextualiza contextos sociais diversos sem perder de vista a singularidade do indivíduo. A sua intimidade psicológica ou a sua voz são inúmeras vezes veículos de difusão e recepção de mensagens poéticas e políticas que convocam e reactivam a memória dos espectadores.
O título da obra, “69-12”, integra um subtítulo: “continua o diálogo do silêncio”, numa alusão temporal à crise académica de Coimbra em 1969 (em que a revolta dos estudantes é a face pública de um país amordaçado em doloroso constrangimento ditatorial. Simultaneamente, “69-12”, transporta-nos para o ano que agora finda e que se sente como uma época de liberdade ambígua. O projecto da artista recupera, pela palavra dita, a memória deste passado recente numa relação estreita com a memória confusa dos tempos que vivemos.
João Silvério
Frases de ordem utilizadas durante crise académica de 1969 e ditas pelas/os participantes durante a performance:
tudo é possível
ensino para todos
professor, defende os teus alunos
universidade livre
democratização do ensino
continua o diálogo do silêncio
universidade para o povo
nós temos razão, não cederemos
estudantes unidos por coimbra
exigimos o diálogo
melhor ensino, menos polícia
fora com os agitadores
a unidade é invencível